segunda-feira, novembro 28, 2005

um passo em palavras



dá um passo
vem a mim
faz(-te) por mim
o pleno
da palavra
doce e terna
dá-me
o broto
límpido e feliz
da tua boca
como sempre fazes
para me encantar.

...só mais um passo
vem a mim
Já não sei temer
o teu achego.

... outro passo,
vem!
... tão só
como te é dado ser.
Já não temo
já não ouço
o uivar
dos meus medos.

sei que amo
esse passo
que dás para mim.


l.maltez

terça-feira, novembro 22, 2005

desenho com palavras o arco íris

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escrevo, nas folhas gastas da memória
amarelecidas, pela secagem
de um tempo
cansado

escrevo, com tinta fresca
para te sentir presente,
quando o sol
despontar

escrevo, no meu próprio sono
como se fosse voragem
sonhando nos teus braços
apressada

escrevo, nas estrelas
os teus olhos brilhantes
os espaços que damos em insónias
perigosas

escrevo, na chama cortada
por uma voz escutada,
entre os nossos olhares
cúmplices

escrevo,
perco-me em ti
e não trago mapa


l.maltez

quarta-feira, novembro 16, 2005

abraços de amor e mar

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por cá
junto a ti,
mas em mim
onde as ondas quebram
encontro, liberdade
sem mácula,
sem vício
por cá,
ainda que não brilhe o sol,
reluz o azul

mar intenso
embalas os meus sonhos
numa melodia,
entranha-se-me
o teu cheiro a maresia
e eu ondeio a ideia
de ser no teu colo
que eu renasço

surge a noite
sufoca-me na garganta o grito,
queria ter-te junto de mim.
a solidão atravessa-me
quero ouvir-te, manso
sentir o teu afago
atenuar a dor da separação

por fim,
adormeço neste abraço


l.maltez

sábado, novembro 12, 2005

nenhum espelho te substitui

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abri o dia ao teu lado
entras nos meus sonhos
e espero por ti nas palavras
que se perdem
num verso que nasce

chegas, enches de brilho
os espelhos da manhã nua
que de olhos húmidos te viu partir

a porta, ficou aberta
nada te impede de transpor o limiar
uma névoa quase te empurra
como se fosses uma palavra perdida
num sítio qualquer

abri o caminho ao teu lado
e em sombras
transportas desejos
de secos gemidos
misturados nos silêncios

é este o tempo que temos
o tempo dos sentimentos
de cada um de nós


l.maltez

terça-feira, novembro 08, 2005

ouve-me neste instante ...

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para ti


as horas perseguem-me
sem palavras ou imagens,

entorpecido na memória
sustento o peso da tua luz

o corpo incendeia-se-me
dolorosamente envelhecido
entre os nossos desencontros

habito a alvorada de um sonho
em que a tua voz desponta
e irrompe por mim suavemente;

a vida recomeça amena e doce
a tua imagem abarca-me
preenche vazios, alastra
num desejo feito saudade

e
então quero-te a preto e branco


l.maltez

quinta-feira, novembro 03, 2005

espero um lugar entre o ser e a tua sombra

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uni palavras numa rede de pesca
caíram recordações
envoltas em alvéolos

diluíram-se sentimentos
que enegreceram a areia prateada da praia deserta

caíram murmúrios misturados
em íntimos gemidos

vozes frias, empastadas
agarram-se violentas à manhã cinza

na casa perdida
a solidão tornou-se branca
nas brechas das paredes mal caiadas

os gritos entram pelas frinchas
das janelas ressequidas

ondas gastas de tanto bater
ecoaram longínquas no centro da cidade

espiei o sol entre cortinas
e escutei o ruído do mar agitado

fiquei imóvel pensando
em voz alta na vontade de partir

olhei o horizonte silenciosa terrivelmente
fria!


l.maltez

os silêncios são uma prece…

  os silêncios são uma prece… escuto-os dentro das noites que atravesso! prendo-me ao rumor do vento quero um dia limpo, na vertigem de qua...